A serpente Echinanthera cephalomaculata é bastante rara. O gênero Echinanthera abrange 6 espécies distribuídas na Mata Atlântica. Apresentam um tamanho médio (<1,2 m) com dieta a base de animais ectotérmicos como os sapos e lagartos. A espécie fotografada tem uma história natural pouco conhecida e é rara nas coleções. Foi descrita no início da década de 90 com dois indivíduos coletados em um remanescente do estado de Alagoas. Depois de 20 anos, a espécie foi coletada novamente no remanescente de Alagoas, e em 2019 três novos registros foram feitos para os Brejos de Altitude de Pernambuco, ampliando sua distribuição. São eles, Serra dos cavalos em Caruaru, remanescentes em Gravatá e Chá Grande [1].
Essa espécie é endêmica dos Brejos de Altitude do Planalto da Borborema (Pernambuco e Alagoas) e encontra-se criticamente em perigo pela IUCN Red List [2]. Portanto, a conservação dos remanescentes de Brejos de Altitude é essencial para a manutenção das populações dessa rara serpente e de outros animais e plantas ameaçados de extinção.
Mas, o desafio de conservar a biodiversidade nestes ecossistemas é enorme. Os Brejos de Altitude estão entre as áreas mais ameaçadas da Floresta Atlântica. Atualmente só resta entre 1% a 3% da área original de Brejos de Altitude e desta apenas 0,16% são unidades de conservação [3]. Esse ambiente sofre com desmatamento, defaunação, caça, avanço da agricultura e agropecuária, queimadas, além das mudanças climáticas.
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