... de Pernambuco, do Brasil e do Mundo! Descubra e compartilhe sua natureza.
  1. Mídias
  2. Anfíbio cecília

Anfíbio cecília

Publicado por Aléssio F.

no dia 09/10/2023

1075 visualizações

0 comentário

Siphonops annulatus

Uma nota está vinculada à imagem. Passe o mouse sobre a imagem para exibir a nota.

Escala do sujeito : não informado

Descrição

Anfíbio cecília da espécie Siphonops annulatus encontrado na Serra dos Cavalos, zona rural do município de Caruaru, Pernambuco, no dia 28 de novembro de 2021. As cecílias, ou cobra-cegas, podem ser rapidamente distinguidas dos outros grupos vivos de anfíbios (anuros e salamandras) por seu corpo alongado, cilíndrico, sem patas e recoberto de anéis. Frequentemente as cecílias são confundidas com as anfisbenas (ou anfisbênias), répteis que possuem corpo alongado, cilíndrico e que também não possuem patas. Externamente, a grande diferença entre cecílias e anfisbenas é que estas últimas possuem o corpo recoberto por pequenas escamas retangulares. A denominação cobra-cega ou cobra-de-duas-cabeças normalmente é utilizado para os dois grupos de animais, gerando muita confusão. De toda forma, a denominação cobra-cega descreve uma das características mais evidentes das cecílias. Seus olhos são muito pequenos ou mesmo vestigiais, frequentemente recobertos por pele. Dessa forma, pode-se dizer que elas são efetivamente cegas. Mas não são cobras!

As cecílias pertencem à Ordem Gymnophiona e são encontradas na maior parte das regiões tropicais da Africa, do Oeste da Asia, e Americas Central e do Sul. São conhecidas aproximadamente 176 espécies de cecílias distribuídas em 35 gêneros [1]. A maior parte das espécies apresenta comportamento terrestre e fossorial, sendo capaz de cavar tuneis no solo e viver dentro de troncos de árvores mortas em ambientes de florestas úmidas. Algumas espécies possuem hábitos semi-aquáticos. Por causa da sua capacidade de se enterrar com a ajuda da cabeça, o crânio das cecílias é robusto e fortemente ossificado, bem diferente dos crânios de anuros e salamandras [2].

As cecílias não são vistas facilmente em seus ambientes naturais e muitos aspectos da sua história de vida são pouco conhecidos. De uma forma geral as cecílias não apresentam dimorfismo sexual. Os adultos se alimentam predominantemente de minhocas, cupins e larvas de besouros [3]. Algumas espécies guardam a característica ancestral de desenvolvimento aquático de suas larvas. Porém, grande parte das espécies apresenta desenvolvimento direto e viviparidade. A fecundação é interna.

A espécie Siphonops annulatus apresenta uma grande distribuição geográfica no Brasil, ocorrendo em praticamente todos os biomas terrestres [4]. Pode medir até 72 centímetros de comprimento apresentando em média 90 anéis ao longo do corpo [5]. Esta espécie apresenta um intrigante comportamento de cuidado parental. Durante o período reprodutivo, a fêmea, após a copula, cava um túnel e constrói um ninho subterrâneo para depositar seus ovos. Após a eclosão, os filhotes alimantam-se de partes da pele da própria mãe. Este comportamento é chamado de dermatofagia. materna. Os filhotes nascem equipados com um conjunto especial de dentes temporários usados para marcar e levantar a epiderme do corpo da mãe sem a ferir no processo. O crescimento dos filhotes é muito rápido. Seu tamanho aumenta em 130% em apenas uma semana após a eclosão. Os filhotes se tornam independentes após 3 meses [6].

Marcadores do autor

22/22

Observações

[1Zhang, Peng, and Marvalee H. Wake. «A mitogenomic perspective on the phylogeny and biogeography of living caecilians (Amphibia: Gymnophiona).» Molecular Phylogenetics and Evolution 53.2 (2009): 479-491.

[2Sherratt, Emma, et al. «Evolution of cranial shape in caecilians (Amphibia: Gymnophiona).» Evolutionary Biology 41 (2014): 528-545.

[3Maciel, Adriano O., et al. «Diet, microhabitat use, and an analysis of sexual dimorphism in Caecilia gracilis (Amphibia: Gymnophiona: Caeciliidae) from a riparian forest in the Brazilian Cerrado.» Journal of Herpetology 46.1 (2012): 47-50.

[4Macel, A. O., Gomes, J., Costa, H., Drummond, L., & D’Angiolella, A. (2013). Rediscovery of Siphonops annulatus (Mikan, 1820)(Amphibia: Gymnophiona: Siphonopidae) in the state of Pará, Brazil, with an updated geographic distribution map, and notes on size and variation. Check List, 9(1), 106-110.

[5de Oliveira¹, U. S. C., & França, M. S. A Goliath among Davids: An impressive new size record for Siphonops annulatus (Mikan, 1920). Cuad. herpetol. 35 (2): 333-335.

[6Jared, C., Mailho‐Fontana, P. L., Jared, S. G., Kupfer, A., Delabie, J. H. C., Wilkinson, M., & Antoniazzi, M. M. (2019). Life history and reproduction of the neotropical caecilian Siphonops annulatus (Amphibia, Gymnophiona, Siphonopidae), with special emphasis on parental care. Acta Zoologica, 100(3), 292-302.

Comentar

Quem é você?

Pour afficher votre trombine avec votre message, enregistrez-la d’abord sur gravatar.com (gratuit et indolore) et n’oubliez pas d’indiquer votre adresse e-mail ici.

Inclua aqui o seu comentário

Este campo aceita os atalhos SPIP {{negrito}} {itálico} -*liste [texte->url] <quote> <code> e o código html <q> <del> <ins>. Para criar parágrafos, deixe simplesmente linhas vazias.

Apoie o Portal